Motocolombó em imagens


Clô como personagem coringa, camaleão ou como contraponto para diversas situações narrativas e da estrutura de versões possíveis de Motocolombó.
Rocco como narrador de si como personagem é o esposo de Sol, mulher aperfeiçoada em sua história, que se mostra grande demais para ele. Clô como a parceira aparentemente ideal, que Rocco procura amoldar aos altos e baixos da história de vida dele. Rocco é o homem de diploma e formação superior apenas em sua fábula.
Clô é um ser de carnes voluptuosas e vontade indomada ou apenas uma lenda resultado de estereótipos racistas por esse narrador tosco?
Clô grita por sua liberdade como coautora da narração de Rocco, e escritora de sua própria história.
Rocco apaga sua genealogia de homem interiorano do Orobó, cujas origens e cujos pais despreza, e tenta se tornar um narrador especial de sua própria história, Jack Kerouac de bloco no bolso, anotando passagens para seu grandioso romance monovocálico.
Personagem mutante, Clô se desfaz lentamente nas fantasias de Rocco e descose sua trama narrativa.
140 páginas já monovocalizadas.
Rocco e seu próprio "bloomsday" joyceano traça seu destino pelas noites da cidade, após a ruína de seus projetos.
Motocolombó chega à metade de sua conversão monovocálica.
O objetivo de se tornar um poeta marginal em meio a uma sociedade que não dá mais a menor importância para os poetas marginais.
A perfeição postergada.
Duelo retórico entre Rocco e Sol, com direito a palíndromos.
O pequeno Rocco sentencioso ensina seu discípulo.

Sol é a mulher inalcançável.
O autor desperta de seu delírio monovocálico.
Fila do desemprego.
Vida de cachorro.
Quem é o narrador de Motocolombó?
Personagens travestidos.
Rocco c'est moi?

Fim.


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